Um blog do Ministério Fiel
Nada que façamos será suficiente. Leis, regras, ditames, nada!
As regras não nos levam ao contentamento, as leis não podem ser cumpridas em sua compleição, os ditames mudam a cada dia e nada é suficiente. Há sempre algo mais a ser alcançado, uma regra criada em cima daquela outra, outra lei impossível de ser cumprida, pois somos incapazes, esta é a verdade.
Somos extremamente legalistas e temos muita dificuldade em admitir. Admitir este tipo de coisa vai até contra nossas regras!
Porém nos cobramos e cobramos os outros, a fim de que todos andem na linha. Mas esta linha não é reta, é torta. Ela não é contínua, mas intermitente, ela não nos leva ao pote de ouro no final, mas ao desespero por descobrir que esta tal linha nos leva a um poço de legalismo, onde afundamos cada vez mais em nosso orgulho e auto justiça.
Vamos pegar um exemplo muito comum na vida de mulheres casadas: ter filhos, parir. Para algumas, o ápice da piedade é o parto normal. Pois bem, neste quesito eu, Nátalie, marco 3 pontos! 3 partos normais, score! Algumas podem falar: “- Mas só normal não vale, tem de ser natural, sem analgesia, na banheira em casa”… Xiiih! Lá vou eu pro fim da fila. Se eu pudesse teria comido a peridural com farofa, bebido no balde com gelo, mas funcionou com a tradicional picada nas costas, ufa!
E como ficam aquelas que tiveram cesárea? Cadê a piedade destas mulheres? Será que o parto normal para mim é o normal para elas? Em muitos casos não! Para muitas o normal é fazer cesárea (discussões de precisa/não precisa aqui ficam à parte). Ninguém é mais mãe ou menos mãe de acordo com o parto, algumas nunca carregaram um bebê em seu ventre, tiveram um parto do coração e são tão mães quanto eu! Conheço muitas mulheres crentes, que amam o reino de Deus e nunca tiveram dilatação a ponto de terem condições de ir para o parto normal. Tipo de parto ou amamentação não são medidores de piedade.
Em assuntos em que a Bíblia se cala, deveríamos fazer o mesmo, sem criar regras que afagam nosso ego e amassam os outros que não nos seguem. Os fariseus eram tão orgulhosos em seguir suas regras que se esqueciam para onde estavam indo, se esqueciam dos motivos das regras, para quem elas apontavam.
Cristo cumpriu por mim cada regra de modo perfeito. Porém, isto não me livra de ser obediente nem pode me trazer desprezo à lei, pelo contrário, assim como o salmista, eu preciso amar a lei do Senhor e meditar nela dia e noite. E ao meditar, ao conhecer mais a Palavra de Deus, eu passo a ter mais conhecimento de mim mesma, do meu coração incapaz de amar perfeitamente e de cumprir cabalmente meus deveres perante o Senhor.
E então vejo também a beleza do evangelho, a beleza de ser liberta do pecado e de me agarrar aos pés de Cristo. Respiro fundo, livre, sabendo que nunca serei suficiente pra nada ou ninguém, mas tenho um que é, tenho a alegria de dizer que sou dele e ele é meu. Meu suficiente Salvador!
Se você também vive se achando melhor que outros por cumprir todas as SUAS regras, arrependa-se. Nossa suficiência não está em nós, está em Cristo.