Pastor, minimize suas opiniões

Um sermão não deve ser uma aula de autoajuda, tampouco uma série de histórias que aquecem o coração. A pregação deve ser adoração, tanto para o pregador quanto para o povo.

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Em nossa igreja, a pregação pode ser resumida em duas palavras: “Exultação expositiva”. “Expositiva” significa que a pregação visa expor ou explicar e aplicar o significado da Bíblia. A razão para isso é que a Bíblia é a palavra de Deus. Infalível, inspirada, útil em todos os seus 66 livros.

O papel do pregador é minimizar suas próprias opiniões e explicar o que a Bíblia diz, aplicando para a vida das pessoas. O papel do pregador é fazer isso de forma que você seja capaz de ver, na Bíblia, de onde vêm as opiniões dele. Pois, se você não vê na Bíblia de onde elas vêm, no longo prazo você acabará colocando sua fé em um homem, não na palavra de Deus.

O objetivo desse tipo de pregação expositiva é te ajudar a consumir e digerir verdades bíblicas que transformarão seus ossos espirituais em puro aço; que dobrarão a capacidade de seus pulmões espirituais; que deixarão os olhos do seu coração deslumbrados com o brilho da glória de Deus; que despertarão as aptidões de sua alma para experimentar tipos de alegrias espirituais que você não sabia que existiam.

Segundo. A pregação é uma “exultação” expositiva. Isso significa que o pregador não apenas explica o que está na Bíblia, e os ouvintes não somente tentam entender o que é explicado; em vez disso, o pregador e o povo exultam nessa palavra. Eles exultam no que estão vendo na Bíblia. A pregação, na ordem do culto, não vem depois da adoração. Ela é adoração!

Eu estou adorando a palavra, dando meu melhor para atrair vocês a uma resposta de adoração à palavra de Deus, pelo poder do Espírito Santo. Meu papel não é simplesmente ver a verdade e mostrá-la a vocês. O diabo poderia fazer isso por suas razões desonestas. Meu papel é fazer o que diabo não pode fazer, a saber, ver a glória da verdade, saborear a glória da verdade e exultar na glória da verdade, conforme explico e aplico para você, esperando que Deus capacite você para fazer o mesmo. Essa é uma das diferenças entre um sermão e uma aula.

A pregação não é a totalidade da igreja. Se toda a sua experiência na igreja for ouvir pregação, você não tem a igreja completa. A igreja é um corpo de pessoas que ministram uns aos outros em centenas de formas, com seus vários dons, e um dos propósitos da pregação é prepará-lo para fazer isso, inspirar e motivar você a amar uns aos outros melhor, pois os pastores não podem fazer tudo.

Deus ordenou que a igreja floresça sob esse tipo de pregação. É por isso que Paulo deu a maior, mais séria e mais exultante incumbência de toda a Bíblia para o jovem pastor Timóteo, que é a seguinte:

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra” (2 Timóteo 4.1-2).

Isso que é convocação! Então, novato, se você está acostumado com uma palestra de 20 minutos imediatamente prática e relaxada, esse tipo de pregação não te levará a exultar. Eu prego o dobro de tempo, meu alvo não é ser imediatamente prático, e sim eternamente útil, e eu não estou relaxado.

Em minha alma, estou me sentindo à beira de um precipício chamado eternidade, falando a pessoas que a qualquer momento podem cair nele, estejam prontas ou não. Eu serei chamado a prestar contas pelo que eu disse aqui. É isso que “pregação” significa.

“Exultação Expositiva” é um livro construído sobre a base de dois títulos anteriores: “Uma Glória Peculiar” e “Lendo a Bíblia de Modo Sobrenatural”. Nele, John Piper tem como objetivo demonstrar que o propósito do sermão não é somente explicar o texto, mas também, despertar o louvor ao ser, em si, uma expressão de adoração a Deus.

Confira

 

 

 

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Pastor, Minimize Your Own Opinions.

Original: Pastor, minimize suas opiniões. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Renan Araújo. Revisão: Filipe Castelo Branco.