Salmo 32: A Misericórdia que nos assiste (Parte 8)

O arrependimento é fundamental à nossa salvação

Este post faz parte da série Salmo 32.

O cristão de hoje, em especial, tende a gostar de ser mimado pelos seus líderes. No culto ficam numa posição confortável e climatizada, analisando com certa indiferença o que é dito, percorrendo os olhos sobre os demais frequentadores buscando algo curioso, manuseando o celular, fazendo carinho em algum familiar próximo, chamando a atenção do seu familiar para alguma curiosa mensagem que chegou via zap, talvez comunicando o nascimento do filhotinho lindo do “Golden retriever” (“oh meu Deus que lindinho!”), partilhando o celular com alguém que insensivelmente quer participar do culto mas, já que não está conseguindo entender nada que não tenha muitas figuras e luzes, aproveita para perguntar quantos filhos nasceram porque tem interesse, etc.

O culto parece um exercício de relaxamento – onde não preciso pensar –, desfile de moda e amenidades. Desse modo, passamos o tempo brincando com as coisas de Deus sem nenhum tipo de escrúpulo, constrangimento ou sentimento de culpa. Afinal, a graça de Jesus é maravilhosa!, complacentemente diz para si mesmo.

Enquanto isso, nos levantamos para alguns cânticos/hinos, aproveitamos para olhar para trás ver se determinado irmão chegou… cantamos com certa sensibilidade alguns cânticos, nos sentamos, dando uma última olhada para trás e continuamos em nossa jornada.

Somos hábeis em buscar justificativas para os nossos erros, colocando todo o ônus do mal-uso de nossa liberdade, sobre os ombros dos outros, ficando assim, ilusoriamente leves. Se for caso, buscamos ainda o discurso genérico da vitimização: Deus sabe que somos pecadores… Deus é misericordioso, etc.

Todas essas atitudes são danosas, porque nos afastam ainda mais do real confronto com a Palavra, a única que pode apresentar uma ressonância de nossa alma e de sua necessidade.

Quando o diagnóstico for a própria dor, talvez percebamos quanto tempo perdemos em futilidades sem atentarmos realmente para a instrução de Deus.

Horton pontua:

A necessidade de misericórdia só é sentida depois que a realidade da culpa impressiona. (…) O grito pelo socorro da graça nunca cativará o ouvido enquanto não houver novamente um sentimento de culpa e desespero em nossas igrejas.[1]

Por isso, entendemos que somente pela graça, por meio da Palavra, podemos ter uma clara consciência de nossa pecaminosidade ativa e concreta e de sua afronta a Deus.[2] Só conseguimos mensurar a graça, ainda que limitadamente, quando somos confrontados com o nosso pecado e a possibilidade concreta de perdão e restauração.

Ter consciência do pecado significa reconhecer o quão urgentemente precisamos de perdão. O Evangelho só se torna subjetivamente necessário – enquanto na realidade ele é urgentemente necessário – quando as pessoas percebem, por Deus, a sua necessidade. Enquanto isso não acontecer, ele soará sempre como algo descartável, ultrapassado ou loucura.

Permanecemos, assim, mortos espiritualmente, tendo a liberdade de um morto em decomposição.

Lloyd-Jones está correto ao resumir: “Não podemos ser cristãos sem convicção do pecado. Ser cristão significa que compreendemos que somos culpados diante de Deus e que estamos sob a ira de Deus”.[3]

Reafirmamos que a questão primeira não é a quantidade ou intensidade de nossos pecados, mas, o fato de que pecamos – e, diferentemente da compreensão de determinados pensadores humanistas, inclusive cristãos[4] –; a gravidade do pecado está no ponto de que todo pecado é primeiramente contra Deus, o eternamente santo,[5] que não tolera o mal (Hc 2.13). O que intensifica ainda mais a complexidade de nossa rebelião é o mal uso que fazemos de seus esplêndidos dons que nos foram conferidos[6] e, o fato de rejeitarmos o seu infinito e santo amor plenificado em Jesus Cristo.[7]

Outro elemento agravante em nosso diagnóstico, é que o pecado não nos deixa perceber as suas consequências: estamos totalmente alienados de Deus. O pecado faz conosco o que determinados remédios fazem como efeito colateral: mascaram os sintomas, tornando a possível enfermidade imperceptível.

Rebelião contra Deus                                        

Portanto, o grande problema do homem é a sua permanente rebelião contra Deus.[8] Pecado consiste basicamente numa atitude errada para com Deus. “Pecado não é tanto uma expressão do que fazemos quanto uma expressão do nosso relacionamento com Deus”, interpreta Lloyd-Jones.[9]

A Palavra de Deus ao povo de Israel permanece como verdade para todos aqueles que ainda se encontram distantes dele: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim” (Is 1.2).

Todos, sem exceção, estão nesta situação, até que conheçam, pela fé, salvadoramente a Cristo.

Nem vitimização, nem arrogância

O caminho proposto por Deus é o arrependimento e a confissão. Deus não quer saber de nossas maquiagens e truques espirituais. Deus não é simplesmente de festas e aparências: decotes, brilhos, emoções perpetuadas em closes, e sorrisos fáceis.

Antes, trata com dignidade a nossa indignidade. Trata com santidade e misericórdia o nosso pecado. Deus vai ao cerne da questão, já quase inacessível a nós pelo monte de entulhos que, assimilados pela cultura e manipulados pelo nosso pecado conivente, a sobrepõem.

O fato, portanto, é este: Deus perdoa a todos aqueles que, arrependidos, tristes com o seu pecado, sinceramente o procuram de mãos vazias, sem arrogância ou vitimizações. Deus mesmo declara: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões (pesha’) por amor de mim” (Is 43.25). “Desfaço as tuas transgressões (pesha’) como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi” (Is 44.22).

Paulo relata aos presbíteros de Éfeso que, durante os três anos que passara em sua companhia, pregou contínua e intensamente, “Testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus…” (At 20.21).

Em outro contexto, Lawson faz uma analogia interessante, que nos conduz ao ponto que queremos tratar:

Se em Corinto Paulo tivesse ido de casa em casa, feito uma pesquisa entre as pessoas e perguntado o que desejavam achar em sua igreja, elas teriam respondido entusiasticamente: ‘Dê-nos superioridade de linguagem e sabedoria; e assim iremos à igreja’. Os coríntios se apinhavam para ouvir oradores que empregavam esses artifícios populares.[10]

No entanto, o tipo de pregação de Paulo era outro. Ele não barateava o Evangelho; estava ciente de a necessidade de todo homem ser confrontado com o Evangelho de Deus: “Testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.21).

Como todos são pecadores, todos necessitam arrependerem-se de seus pecados. Coerentemente com a Escritura, esse, portanto, era o apelo de Paulo.

O arrependimento é fundamental à nossa salvação. Ele é parte essencial da mensagem do Evangelho (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.14-15; Lc 24.46-47; At 20.21; 26.18-20; Ap 3.19). Todos são notificados desta necessidade (At 17.30).[11] O pregador do Evangelho tem a responsabilidade de conclamar seus ouvintes ao arrependimento (1Co 9.22; 2Co 5.20).[12] No entanto, isto não é suficiente. O arrependimento só é possível por Deus. É uma dádiva de Deus concedida a judeus e gentios (At 5.31; 11.18).[13] Ele envolve o nosso coração, mente, e vontade.[14] A raiz do “arrependimento evangélico”[15] está no coração, o centro vital do ser humano.[16] Ele consiste em uma mudança de mente, ocasionando um sentimento de “tristeza piedosa”[17] pelos nossos pecados, que se caracteriza de forma concreta em seu abandono,[18] refletindo isso na adoção de novos valores, ideais, objetivos e práticas. Um falso arrependimento é gerador de condenação justamente pela sensação enganosa de perdão e, a autocondescendência para continuar pecando.[19]

O arrependimento, insisto, não é apenas uma questão intelectual, antes envolve uma revisão, reorganização e redirecionamento de nossa vida a partir de nosso novo nascimento espiritual operado pelo Espírito.[20]

O conceito de arrependimento, envolvendo uma mudança radical na vida do homem é um conceito cristão sem paralelo na literatura grega.[21] O arrependimento bíblico consiste em voltar-se total e integralmente para Deus. Envolve uma atitude de abandono do pecado e uma prática da Palavra de Deus.[22] Esta prática consiste nos “frutos do arrependimento”.

A Confissão de Westminster (1647) resume: “O pecador pelo arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com Ele em todos os caminhos dos seus mandamentos” (XV.2).

Olyott escreve sobre isso com a sua costumeira sensibilidade:

Arrependimento é ter vergonha de quem você é. Você faz o que você faz porque você é quem você é. E o que você é, é o que Deus diz que você é: um pecador! O evangelho é que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores! E sem esse sentido claro de pecado, você não pode ser salvo.[23]

O famoso pregador londrino, D.M. Lloyd-Jones (1899-1981), na sua juventude tinha como pastor um homem que, conforme nos conta o seu principal biógrafo, Iain Murray, enchia os seus sermões “com muitas anedotas e ilustrações. Sensação e emoção eram o que ele visava alcançar”. Mais tarde, Lloyd-Jones rememorando este período, testificou com certa tristeza:

O que eu precisava era de pregação que me convencesse de pecado e me fizesse enxergar a minha necessidade, que me levasse ao arrependimento e me dissesse algo sobre regeneração. Mas eu nunca ouvi isso. A pregação que tínhamos era sempre baseada na suposição de que todos nós éramos cristãos, que não estaríamos ali na congregação a não ser que fôssemos cristãos.[24]

Lloyd-Jones está correto.

O arrependimento é o início da vida cristã e nos acompanhará para sempre neste estágio de vida, no qual mudamos de rumo, entristecidos com o nosso pecado e, alegres em podermos seguir a Cristo. E esta restauração, na verdade, não se consuma em um momento, ou em um dia, ou em um ano. Antes, por meio de avanços contínuos, ainda que amiúde, de fato, lentos, Deus destrói em seus eleitos as corrupções da carne, os limpa de sua imundície e a si os consagra por templos, renovando-lhes todos os sentimentos à verdadeira pureza, para que se exercitem no arrependimento toda sua vida e saibam que não há nenhum fim para esta luta senão na morte.[25] O conforto é que Deus em Cristo nos perdoará sempre que o fizermos com sinceridade. Pela graça somos salvos, somente pela soberana graça! Esta era a pregação urgente e contínua de Paulo em Éfeso.

Somos cristãos porque reconhecemos a necessidade de recebermos o perdão de nossos pecados da parte de Deus.[26] Não há espaço para nenhum tipo de arrogância em nós, pelo contrário, o senso da necessidade do perdão nos coloca em nosso devido lugar de devedores inadimplentes.

Davi, consciente disso, chama ao pecador perdoado de “bem-aventurado” (‘esher) (1,2), um verdadeiro abençoado. Ele sabe bem o que é isso. Essa é a sua experiência bastante vívida.

O perdão reconciliador de Deus é a maior bênção que podemos ter nesta vida.

Davi sabe que a bem-aventurança começa e permanece na reconciliação com Deus;[27] e esta é resultante da misericórdia de Deus: É Ele quem nos reconcilia consigo mesmo.

A iniciativa é sempre de Deus. Deus satisfez-se na cruz; na concretização de seu propósito reconciliador envolvendo a sua santa justiça e o seu amor restaurador (Jo 3.16; 2Co 5.19).[28]


[1] Michael S. Horton, Os Sola’s de Reforma: In: J.M. Boice;  B. Sasse, Reforma Hoje,  São Paulo: Cultura Cristã, 1999, p. 123.

[2]“É mister graça e iluminação espiritual para crermos que nossos pecados são um problema sério aos olhos de Deus, conforme a Bíblia nos diz. Precisamos orar para que Deus nos torne humildes e dispostos a aprender, quando estudamos esse tema” (J.I. Packer, Vocábulos de Deus, São José dos Campos, SP.: Fiel, 1994, p. 63. Ver também p. 70s.).

[3]D.M. Lloyd-Jones, O supremo propósito de Deus, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 227.

[4]Dentro desta perspectiva limitante do sentido do pecado, incluímos, entre outros, Cecil Osborne (1904-1999), que seguindo o pensamento de Erich Fromm (1900-1980), escreveu: “Pecado é essencialmente um erro contra si mesmo ou contra outro ser humano” (Cecil Osborne, A Arte de Compreender-se a Si Mesmo, Rio de Janeiro: JUERP., 1977, p. 139). Fromm (1900-1980) escrevera: “Pecado não se dirige primariamente contra Deus, mas contra nós mesmos” (Erich Fromm, Psicanálise e religião, 2. ed. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, Ltda., 1962, p. 105). Veja-se também: E. Fromm, Análise do Homem, São Paulo: Círculo do Livro, (s.d.), 218p. De modo semelhante, esse conceito tem sido amplamente difundido por um discípulo de Norman Vincent Peale (1898-1993), o Dr. Robert Schuller (1926-2015), que enfatiza: “o pecado é uma ofensa psicológica a si mesmo” (Vejam-se as pertinentes críticas a esta posição em: John MacArthur Jr., Sociedade sem Pecado, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002, p. 78ss.).

[5]“O pecado envolve uma certa responsabilidade, por um lado, responsabilidade esta surgida da santidade de Deus, e, por outro lado, da seriedade do pecado como oposição àquela santidade” (John Murray, Redenção: consumada e aplicada, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1993, p. 29). “Jamais compreenderemos o que o pecado realmente é, enquanto não aprendermos a pensar nele em termos de nosso relacionamento com Deus” (J.I. Packer, Vocábulos de Deus, São José dos Campos, SP.: Fiel, 1994, p. 64).

[6]Veja-se: Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 101-102.

[7]“O incrédulo despreza o amor de Deus. Se este amor fosse pequeno, seria um pecado pequeno ignorá-lo. Se é grande, é grande pecado rejeitá-lo. Mas o fato é que este amor é infinito. Isso faz da rejeição deste amor um pecado de proporções infinitas” (R.B. Kuiper, Evangelização Teocêntrica, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1976, p. 19). “Como o amor de Deus é infinito, desprezar esse amor é pecado de proporções infinitas No entanto, é o que fazem aqueles que, por sua descrença, rejeitam o Filho de Deus, dom do Seu amor. (…) Rejeitar este amor é incorrer no banimento eterno da presença de Deus. Responder com fé e amor é herdar a vida eterna. Nada pode ser mais urgente do que a escolha de uma destas atitudes” (R.B. Kuiper, Evangelização Teocêntrica, p. 72).

[8]“O pecado é antes um poder militante diametralmente oposto à vontade divina e seus propósitos” (Gustaf Aulén, A fé cristã, São Paulo: ASTE., 1965, p. 143).

[9]D.M. Lloyd-Jones, O Caminho de Deus, não o nosso, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2003, p. 25-26.

[10]Steven J. Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 44. “No momento presente, os pregadores têm de resistir à tentação de serem moldados pelos ditames culturais de uma sociedade ímpia. Ouvidos ímpios sempre desejarão ser fascinados e não confrontados, cativados e não desafiados” (Steven J. Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 39-40).

[11]“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam (metanoe/w) (At 17.30).

[12]Vejam-se: Walter J. Chantry, O Evangelho hoje: autêntico ou sintético? São Paulo: Fiel, 1978, p. 41-49; John MacArthur, O Evangelho Segundo os Apóstolos, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2011, p. 91-109.

[13]“Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento (meta/noia) e a remissão de pecados” (At 5.31). “E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento (meta/noia) para vida” (At 11.18).

[14]Hoekema assim define: “o retorno consciente da pessoa regenerada, para longe do pecado e para perto de Deus, numa completa mudança de vida, manifestando-se numa nova maneira de pensamento, sentimento e vontade” (Anthony A. Hoekema, Salvos Pela Graça, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 133). Especialmente, p. 133-135.

[15]Expressão usada por Calvino. Veja-se: João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 2, (II.5), p. 130-131.

[16]“Assim como o coração no sentido físico é o ponto de origem e de força propulsora da circulação do sangue, assim também, espiritual e eticamente ele é a fonte da mais elevada vida do homem, a sede de sua autoconsciência, de seu relacionamento com Deus, de sua subserviência à Sua lei, enfim, de toda a sua natureza moral e espiritual. Portanto, toda a sua vida racional e volitiva tem seu ponto de origem no coração e é governada por ele” (Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 19).

[17]“A verdadeira conversão surge da tristeza piedosa, isto e, uma tristeza em harmonia com a vontade de Deus, uma tristeza que, portanto, não é meramente de caráter ético, mas também de caráter religioso, pertence a Deus, sua vontade e sua palavra e ao pecado como pecado até mesmo independente de suas consequências. Ela é requerida por Deus, mas também é dada por Deus” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 4, p. 141). “Se Deus nos esmaga com tristeza piedosa, isso é um ato de pura graça. É o seu ato de misericórdia para nos levar à fé e à conversão” (R.C. Sproul, O que é arrependimento? São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2014, p. 43).

[18]Analisando diversas passagens bíblicas, Bavinck, conclui: “A conversão sempre consiste em uma mudança interna de mente que leva as pessoas a olharem para seu passado pecaminoso à luz da face de Deus; conduz à tristeza, desgosto, humilhação e confissão de pecados; e é, tanto interna quanto externamente, o começo de uma nova vida ético religiosa” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 4, p. 142). Veja-se também: Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 479-480).

[19]Vejam-se algumas ilustrações sobre “falso arrependimento” em: Thomas Watson, A Doutrina do Arrependimento, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2012, p. 17ss; John Owen, Para vencer o pecado e a tentação, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 109; Jim Elliff, Arrependimento ineficaz. (http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/253/O_Arrependimento_Ineficaz) (Consulta feita em 14.06.22).

[20]Veja-se: A.A. Hoekema, Salvos pela graça, São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 133-135.

[21]Cf. J. Goetzmann, Conversão: In: Colin Brown, ed. ger., O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 1, p. 499.

[22]“O arrependimento bíblico, então, não é meramente sentir um remorso que nos deixa onde estamos; é uma inversão radical que nos leva de volta pela estrada de nossas peregrinações pecaminosas, criando em nós uma mentalidade completamente nova. É cair em si espiritualmente (cf. Lc 15.17). A vida não é mais caracterizada pela exigência ‘dá-me’ (Lc 15.12) e sim pelo pedido ‘faze-me’ (Lc 15.19)” (Sinclair B. Ferguson, Arrependimento, Recuperação e Confissão: In: James M. Boice; Benjamin Sasse, orgs. Reforma Hoje, São Paulo: Cultura Cristã, 1999, p. 131).

[23]Stuart Olyott, Jonas – O Missionário bem sucedido que fracassou, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2012, p. 58.

[24]Apud Iain H. Murray, A Vida de Martyn Lloyd-Jones 1899-1981: Uma biografia, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2014, p. 56.

[25]“Arrependimento, como descrito na Bíblia, é um ideal alto, temos que tentar revelá-lo continuamente, mas jamais o faremos completamente nesta vida. (…) Arrependimento é, na verdade, necessário para a salvação, mas não precisa ser um arrependimento perfeito. Se isso fosse necessário, quem seria salvo?” (Anthony A. Hoekema, Salvos Pela Graça, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 137-138).

[26]Veja-se: D.M. Lloyd-Jones, O supremo propósito de Deus: Exposição sobre Efésios 1.1-23, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 156.

[27]“A reconciliação com Ele [Deus] é a fonte da qual fluem todas as demais bênçãos” (João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, v. 3, (Sl 103.3), p. 590).

[28]“…Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2Co 5.19).