O pensamento grego e a igreja cristã (Parte 15)

A Pregação na Igreja Primitiva

A Mensagem do Antigo Testamento se cumpriu

Como podemos perceber, os primeiros pregadores cristãos não se preocuparam com a Retórica clássica e, menos ainda com palavras de sabedoria (1Co 2.4,5).[1] Eles seguiram o estilo dos escribas e anciãos da Sinagoga, evitando num primeiro momento, qualquer tipo de helenização.

Essa atitude pode ser explicada da seguinte forma:

1) Se eles queriam evangelizar os judeus, teriam que entrar no seu campo de estudo – o Antigo Testamento –, que de fato era a única porta de entrada, apresentando uma exegese contundente, todavia, com um quadro de referência diferente, considerando a explícita relação entre as profecias messiânicas e Jesus de Nazaré. Daí o ensino e pregação da Igreja que consistia numa confissão: “Jesus, o Cristo” (At 5.42).

2) Qualquer tentativa de discurso que refletisse uma retórica grega, poderia proporcionar elementos que facultassem aos rabinos argumentarem que o Cristianismo era um fenômeno desagregador da cultura judaica, o que contribuiria para a sua repulsa imediata.

3) Os primeiros pregadores cristãos, em sua grande maioria, ignoravam a retórica grega. Havia por certo, nobres exceções, como por exemplo, Apolo de Alexandria (At 18.24), cidade cosmopolita e intelectualizada e, Paulo de Tarso, que deu mostra em seus escritos e sermões preservados por Lucas, de estar familiarizado com a Retórica e os poetas gregos.

4) O descrédito da Retórica, devido aos falsos mestres que usavam deste recurso para ensinar sofismas, defendendo não a verdade mas sim, aquilo para o qual foram pagos.

Quando examinamos as Epístolas e especialmente o livro de Atos, constatamos que a pregação da Igreja Primitiva consistia na demonstração de que as promessas do Antigo Testamento tinham se cumprido em Cristo. Isso é plenamente demonstrado no fato de os pregadores cristãos citarem com frequência passagens do Antigo Testamento e as explicarem à luz da vida e obra de Jesus, o Cristo.[2]

Biblicamente, o Evangelho é a boa mensagem de Deus, declarando que em Jesus Cristo temos o cumprimento de suas promessas a Israel, e que o caminho da salvação foi aberto a todos os povos. Deste modo, o Evangelho não deve ser colocado em contraposição ao Antigo Testamento, como se o Deus do Antigo Testamento fosse outro Deus[3] ou que Deus mesmo tivesse alterado Sua maneira de tratar com o homem, mas antes, é o cumprimento da sua promessa (Mt 11.2-5)[4].[5]

O ponto central para compreensão da unidade do Evangelho está na atitude de Jesus Cristo que, na Sinagoga, ao ler a profecia de Isaías, identificou-se como o que fora prometido: Ele é o Messias. Registra Lucas:

Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar (Eu)aggeli/zw) os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. (Lc 4.16-21).

“Jesus Cristo é o cumprimento de todas as profecias e promessas do Velho Testamento”, resume Lloyd-Jones.[6] De passagem, devemos dizer que o fato mais importante concernente à adoração no Novo Testamento é a centralidade de Jesus Cristo,[7] Aquele que é o cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento, sendo o Senhor e Mediador único e definitivo da Aliança selada entre Deus e o seu Povo. A visão desta Aliança é a chave que abre as portas para a compreensão de toda teologia bíblica. A Pessoa de Cristo é o elo que une os dois Testamentos.[8] Em suma, Jesus Cristo é o fundamento da verdadeira adoração a Deus.

A novidade da Boa Mensagem, especialmente no Evangelho de Mateus, não está, como se tem pretendido, em alguns dos seus conceitos, tais como: a Paternidade de Deus,[9] o Deus de amor, perdão e misericórdia; pois nada disto falta ao Antigo Testamento. Ela também não consiste simplesmente, na ênfase destes elementos que, no caso, estariam sombreados no Antigo Testamento (embora isto também ocorra); na realidade, a novidade está na palavra já mencionada, cumprimento. Aquilo que é prometido no Antigo Testamento atingiu o seu clímax: o prometido se cumpriu.[10]

O Novo Testamento não diz algo novo a respeito de Deus; ele apenas mostra que Deus cumpriu as suas promessas (Vejam-se: Mt 1.21-23; 8.17; Mc 15.28; At 2.16-36; 13.32-35/[11]1Co 15.3-4; 1Pe 1.10-12).[12]

Conforme interpreta Calvino (1509-1564): “…. no que tange à substância da Escritura, nada se acrescentou. Os escritos dos apóstolos nada contêm além de simples e natural explicação da lei e dos profetas juntamente com uma clara descrição das coisas expressas neles”.[13]

Os apóstolos atribuíram ao Antigo Testamento a mesma relevância que fora conferida por Jesus Cristo em sua vida e ensinamentos (Vejam-se: Mc 8.31; Lc 4.21; 24.27,32,44; Jo 5.39; 10.35,36; 13.18; 17.12; 18.9; At 2.17-36; 3.11-26; 4.4; 5.42; 9.22; 13.22-42,44; 17.11; 18.28; 23.23-31).

A Boa Nova de Deus recebe, entre outras, as seguintes designações no Novo Testamento: “Evangelho de Deus” (Rm 1.1; 1Ts 2.9); “Evangelho de Cristo” (Mc 1.1; Rm 15.19; 1Co 9.12; 2Co 2.12; Gl 1.7); “Evangelho da Promessa” (At 13.32); “Evangelho da graça de Deus” (At 20.24); “Evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4); “Evangelho da glória de Deus” (1Tm 1.11); “Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13); “Evangelho da paz” (Ef 6.15); “Evangelho eterno” (Ap 14.6). Contudo, o Novo Testamento fala frequentemente no Evangelho, sem o definir (Cf. Mc 1.15; 8.35; 14.9; 16.15; At 15.7;[14] Rm 11.28; 2Co 8.18): O Evangelho é a Boa Nova procedente de Deus, não é fruto de uma conquista ou invenção humana; por isso, Ele não carece de maiores adjetivos; a Sua procedência garante a sua qualidade e efetividade: Ele é a Boa Nova por excelência;[15] é o “Poder de Deus” (Rm 1.16) por meio do qual somos gerados em Cristo (1Co 4.15).[16]

Portanto, antes de ser uma mensagem a nosso respeito, o Evangelho é a mensagem de Deus, procedente de Deus cujo conteúdo primeiro é a respeito do próprio Deus. Deste modo, Jesus Cristo é o próprio Evangelho; Ele é a encarnação da Boa Nova de salvação concedida por Deus ao Seu povo. O Evangelho, antes de ser uma mensagem, é uma Pessoa: Jesus Cristo,[17] o Deus encarnado: verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

O Evangelho envolve a sua pessoa e o seu ensino. Não existe Evangelho sem Jesus Cristo; portanto, não há mensagem a ser anunciada sem a sua encarnação, morte e ressurreição. Por isso, pregar o Evangelho significa pregar Jesus Cristo:[18] “Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho (eu)aggeli/zw), não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).[19]

O Novo Testamento desconhece a forma plural “Evangelhos” – ainda que ela seja usada na Septuaginta ta\ eu)agge/li/a (2Sm 4.10), “recompensa pelas boas novas” e ”h( eu)aggeli/a” (2Sm 18.20,22,25,27; 2Rs 7.9) -, isto porque o Evangelho é um só. Se alguém proclamar outro, seja considerado “anátema” (= maldito) (Gl 1.8,9). Harrison, comentando a respeito dos registros evangélicos, observou acertadamente que, “Aos olhos da igreja primitiva estes documentos eram virtualmente um. Juntos, eles abarcavam o evangelho único, que foi diversamente expressado por Mateus, Marcos, Lucas e João. O feito de Cristo foi a causa de um novo tipo de literatura”.[20] As quatro narrativas são na realidade uma descrição inspirada do mesmo e único Evangelho; biblicamente falando, “evangelhos” é uma contradição de termos. Não há outro Evangelho (Gl 1.6-9).[21]

A forma plural referindo-se aos registros de Mateus, Marcos, Lucas e João, só é documentada a partir de Justino, o Mártir (100-167 AD), que por volta do ano 155 AD., na sua obra Primeira Apologia, descrevendo a Santa Ceia e o seu significado, escreveu: “….Os Apóstolos nas Memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos, nos transmitiram….”.[22]

Assim, quando falamos de Evangelhos, no plural, estamos nos referindo não à mensagem, que é uma só, mas às narrativas inspiradas feitas pelos Evangelistas. Há um só Evangelho com quatro registros redigidos por Mateus, Marcos, Lucas e João.


[1] “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2.4-5).

[2]Vejam-se: James M. Boice, O Pregador e a Palavra de Deus: In: J.M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 151ss.; Michael Green, Evangelização na Igreja Primitiva, São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 94ss.

[3] Conforme sustentava Márcion ( c. 165). A respeito de seus ensinamentos, vejam-se, entre outros: Tertulian, The Five Books Against Marcion. In: Alexander Roberts; James Donaldson, eds. Ante-Nicene Fathers, 2. ed. Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1995, v. 3, p. 269-475; Irineu, Irineu de Lião, São Paulo: Paulus, 1995, I.27.2-4. p. 109-110; Justino de Roma, I Apologia, 58, p. 73-74.

[4]“Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos voem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho (eu)aggeli/zw) (Mt 11.2-5).

[5]Cf. R.H. Mounce, Evangelho: In: J.D. Douglas, ed. org. O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo: Junta Editorial Cristã, 1966, v. 1, p. 566.

[6] D.M. Lloyd-Jones, Deus o Pai, Deus o Filho, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1997 (Grandes Doutrinas Bíblicas, v. 1), p. 317.

[7] Cf. John M. Frame, Worship in Spirit and Truth, Phillipsburg, NJ.: P & R. Publishing, 1996, p. 25ss.

[8] Ver: Confissão de Westminster, VII.6.

[9]É muito comum a afirmação de que o Deus do Antigo Testamento é um “Deus Vingador” e, o do Novo Testamento, é o “Deus Pai”, “Deus de amor”. Tal distinção, além de ser maléfica pois, prejudica a compreensão da unicidade da Teologia Bíblica – dicotomizando Deus e a sua Palavra –, é ilusória, amparada em uma visão superficial das Escrituras. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos a revelação de Deus como Pai de amor, bondade e justiça. (Vejam-se: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso: A Oração do Senhor, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, 319p.; Hermisten M.P. Costa, Eu Creio: no Pai, no Filho e no Espírito Santo, 2. ed. São José dos Campos, SP.: Fiel, 2014, 608p).

[10] “Os profetas do Antigo Testamento viveram no período de anúncio; os apóstolos estavam vivendo no tempo do cumprimento” (John Stott, O Incomparável Cristo, São Paulo: ABU., 2006, p. 19).

[11]“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse (plhro/w) o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)“ (Mt 1.21-23). “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse (plhro/w) o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt 8.16-17). “Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se (plhro/w) a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado” (Mc 15.27-28). “Nós vos anunciamos o evangelho (eu)aggeli/zomai) da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente (e)kplhro/w) a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi. Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção” (At 13.32-35).

[12]Vejam-se: Chr. Senft, Evangelho: In: Jean-Jacques Von Allmen, dir., Vocabulário Bíblico, 2. ed. São Paulo: ASTE, 1972, p. 137 e Michael Green, Evangelização na Igreja Primitiva, p. 95ss. J. Calvino escreveu: “Com efeito, recebo o Evangelho como a clara manifestação do mistério de Cristo. E uma vez que o Evangelho é chamado por Paulo ‘a doutrina da fé’ (1Tm 4.6), reconheço, na verdade, que se lhe contam como partes todas e quaisquer promessas que amiúde ocorrem na Lei acerca da graciosa remissão dos pecados, mediante as quais Deus reconcilia os homens a Si” (J. Calvino, As Institutas, II.9.2).

[13] João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (2Tm 3.17), p. 264.

[14]“…. arrependei-vos e crede no evangelho (eu)agge/lion)(Mc 1.15). “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho (eu)agge/lion) salvá-la-á” (Mc 8.35). “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho (eu)agge/lion) a toda criatura” (Mc 16.15). “Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho (eu)agge/lion) e cressem” (At 15.7).

[15] Vejam-se, por exemplo: Rm 10.16; 1Co 1.17; 9.14, 23; 15.1; 2Co 4.3; Gl 2.5,14; Fp 1.5,7,12,16; 2.22; 4.3,15; 1Ts 1.5; 2.4; 2Tm 1.8; Fm 13.

[16]“Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho (eu)agge/lion), vos gerei em Cristo Jesus“ (1Co 4.15).

[17]Stott resumiu: “A boa nova é Jesus” (John R.W. Stott, A Missão Cristã no Mundo Moderno, Viçosa, MG.: Ultimato, 2010, p. 66). “O conteúdo do Evangelho é Jesus mesmo, não um credo ou uma doutrina ou teoria acerca Dele” (Alan Richardson, Así se hicieron los Credos: Una breve introducción a la historia de la Doctrina Cristiana, Barcelona: Editorial CLIE, 1999, p. 17).

[18] Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 41-43.

[19]Para um estudo mais detalhado do emprego da palavra Evangelho, Vejam-se: Gerhard Friedrich, Eu)aggeli/zomai: In: Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1983 (Reprinted),  v. 2, p. 707-737; U. Becker, Evangelho: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2, p. 166-174; Rudolf Bultmann, Teologia Del Nuevo Testamento, Salamanca: Ediciones Sigueme, 1980, p. 134-135; William F. Arndt; F. Wilbur Gingrich, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 2. ed. Chicago: University Press, 1979, in loc. p. 317-318; Euaggelion: W. Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1988, p. 73; Isidro Pereira, Dicionário Grego-Português e Português-Grego, 7. ed. Braga: Livraria Apostolado da Imprensa, (1990), in loc.; W.G. Kümmel, Introdução ao Novo Testamento, São Paulo: Paulinas, 1982, p. 33-34; E.F. Harrison, Introducción al Nuevo Testamento, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana, 1980, p. 131ss.; R.H. Mounce, Evangelho: In: J.D. Douglas, ed. org., O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo: Junta Editorial Cristã, 1966, v. 1, p. 566-567; R.H. Mounce, Evangelho: In: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, v. 2, 1990, p. 109. H.J. Jager, Palabras Clave del Nuevo Testamento, 2. ed. Madrid: Fundacion Editorial de Literatura Reformada, 1982, v. 1, p. 7ss.; Evangelho: In: W.E. Vine; Merril F. Unger; William White Jr., Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, p. 629; John N. Oswalt, Bãsar: In: R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke, orgs. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 227.

[20]E.F. Harrison, Introducción al Nuevo Testamento, p. 132.

[21]“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho (eu)agge/lion), o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho (eu)agge/lion) de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho (eu)aggeli/zw) que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho (eu)aggeli/zw) que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).

[22]Justino, Primeira Apologia, 66, p. 82. (Ver: Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, Madrid: La Editorial Catolica, S.A., (Biblioteca de Autores Cristianos), 1973, III.37.2. p. 187; V.8.2ss. p. 296ss). Devemos observar, que, mesmo fora dos escritos do Novo Testamento, a palavra evangelho continuou sendo usada no sentido singular. Por exemplo: No Didaquê, obra anônima publicada por volta do ano 100 d.C., lemos: “E não oreis como os hipócritas, mas como o Senhor os mandou em Seu Evangelho….” (Didaquê, VIII.2) (Vejam-se também, Inácio de Antioquia (c. 30-110), Epístola aos Filadélficos, V.1-2; VIII.2; IX.2; Epístola aos Esmirnenses, V.1; VII.2. In: Cartas de Santo Inácio de Antioquia, 3. ed. São Paulo: Vozes, 1984; Irineu, Irineu de Lião, São Paulo: Paulus, 1995, IV.20.6; Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, V.24.6.