A sabedoria propiciada por Deus dá-nos discernimento para que possamos nos valer do que for útil em todos os conhecimentos sem nos perder em meio às suas contradições, tendo como elemento avaliador a Palavra de Deus.
A sabedoria bíblica consiste não no acúmulo de conhecimento, antes, em um modo de vida que reflita a sabedoria de Deus revelada em Cristo Jesus, em quem temos o modelo encarnado da plenitude de sabedoria.
Conhecer a Deus pela fé é se relacionar com Ele. Portanto, não é um conhecimento simplesmente a respeito de Deus, antes, é uma relação pessoal, de confiança, obediência e amor.
A razão, como parte da criação divina, é o instrumento de que dispomos, pela graça de Deus, para descobrir a sabedoria divina no mundo que nos rodeia e, portanto, é o principium cognoscendi internum da ciência.
Guiar-se por especulações significa desejar ir além do que Deus revelou e, ao mesmo tempo, perder-se em hipóteses e teorias frívolas já que pretendem “decifrar” o que Deus sábia e soberanamente não nos quis dar a conhecer.
Desprezar a doutrina da Criação significa uma falta de compreensão bíblica do propósito de Deus que faz todas as coisas conforme a sua determinação e graça.
Para o Cristianismo o conhecimento não parte de baixo, mas de cima. O saber não é uma babel humana planejada pelo homem e totalmente frustrante em seus desejos. A possibilidade e a legitimidade do conhecimento partem de Deus.
Um ponto estranho ao pensamento grego que, no entanto, é um dos fundamentos da fé cristã, é a convicção de que Deus é um ser pessoal, e se relaciona conosco, propiciando meios para que também falemos com Ele.
A Filosofia cristã começa e termina em Deus, aquele que é Sábio e usa de onisciência e onipotência dirigindo a história pelos melhores meios para atingir o glorioso fim que tem em vista.
Mesmo não encontrando nas páginas do Novo Testamento nenhuma descrição completa do culto cristão – o que considero proposital –, constatamos que, desde o início da igreja neotestamentária, havia uma forma própria de culto público (At 2.42).
Quando examinamos as Epístolas e especialmente o livro de Atos, constatamos que a pregação da Igreja Primitiva consistia na demonstração de que as promessas do Antigo Testamento tinham se cumprido em Cristo.